Fernando Medina pediu mais investimento às empresas
Para esta importância, o secretário de Estado destaca três componentes fundamentais: o facto de assentar em factores endógenos, possuir base e capital de conhecimento e as suas empresas serem capazes de identificar os factores críticos de sucesso. Perante este quadro, Fernando Medida não hesita em afirmar manter-se atento a uma realidade que conhece e acarinha.
Aproveitando a presença de inúmeros empresários e alguns governantes locais na sala, o secretário de Estado aproveitou para pedir às empresas um maior investimento. Depois de se ter enfrentado “a maior recessão dos últimos 80 anos”, Fernando Medina assinala a existência de “sinais significativos de recuperação”, entre os quais o crescimento das exportações acima dos 10 por cento. Para o secretário de Estado, que enalteceu o mérito das empresas e dos trabalhadores na obtenção destes resultados, o desafio passa por ampliar estes sinais através de investimento, “porque quem der esse passo agora estará em melhores condições após a crise”.
Fernando Medina disse, ainda, estar já disponível uma linha de crédito destinada aos projectos aprovados através do QREN, a qual prevê 270 milhões de euros só para a fileira da madeira e do mobiliário. As empresas cujos projectos foram aprovados mas que não possuem liquidez para realizar os investimentos ou encontram dificuldades junto da banca, podem recorrer a este instrumento de apoio, afirmou o secretário de Estado.
O presidente da Direcção da Associação Empresarial de Paços de Ferreira (AEPF), que organiza o certame, apontou o caminho para esta região: “a partir do final desta feira, a AEPF, em conjunto com os empresários, começa a preparar o futuro. Os desafios que aí vêm serão, porventura, muito mais exigentes do que os vividos até hoje”. Nesse sentido, Hélder Moura apelou ao funcionamento em pleno do Cluster do Mobiliário, “organismo que tem como principal papel assumir o estatuto de representante único das empresas e associações sectoriais e regionais”, o qual deverá ver reconhecido esse estatuto junto do Governo. Na sua opinião, “o Estado não deve contribuir para a eventual divisão do sector e não poderá permitir que projectos relativos ao mobiliário sejam aprovados se estes não forem elaborados ou avalizados pelo cluster” e deve, acrescenta, “reconhecer o Cluster como o único interlocutor válido quando se trata de assuntos relacionados com um dos sectores que mais contribui para uma balança comercial positiva”.
O dirigente consubstancia as suas palavras nos factos, afirmando estar a acção do Cluster a começar a fazer-se sentir, através das empresas associadas e da criação do Conselho Técnico e Científico, “constituído por empresários com um percurso profissional de inegável qualidade, altos representantes das Universidades do Porto, Minho, Viseu e do Instituto Politécnico do Porto, bem como das câmaras municipais de Paços de Ferreira e Paredes”. Este órgão vai auxiliar o Cluster na criação de dois centros tecnológicos: o Centro Avançado de Design e o Centro de Inovação do Mobiliário, cujas candidaturas vão avançar em breve, anunciou Hélder Moura, tal como vai ser apresentada, já em Outubro próximo, “uma candidatura destinada à promoção internacional do mobiliário português, projecto fundamental para a sobrevivência do sector”.
O presidente da Câmara Municipal de Paços de Ferreira mostrou-se muito satisfeito com a presença do secretário de Estado na inauguração de mais uma feira Capital do Móvel. Segundo Pedro Pinto, tem sido após sentir-se uma maior atenção do Ministério da Economia a Paços de Ferreira que o sector tem conseguido evoluir. O autarca mostrou-se mesmo desagradado com “a ignorância dos governantes sobre o sector” revelada ao longo de muitos anos, considerando que o mobiliário português rivaliza com o italiano em termos de qualidade. E em Espanha, como o demonstram as sucessivas feiras promovidas pela Capital do Móvel, “o mobiliário de Paços de Ferreira ultrapassa em qualidade e design o que se produz na Galiza”. Aquilo que falta, na sua opinião, são “processos de eficiência colectiva para chegar aos grandes mercados”. O momento actual é, para Pedro Pinto, de viragem, pois assiste-se a um “sector em perda de emprego mas em aumento de exportações”.
A 35ª Capital do Móvel, feira de mobiliário e decoração de Paços de Ferreira, decorre até 5 de Setembro, no Parque de Exposições Capital do Móvel, podendo ser visitada todos os dias entre as 10h00 e as 23h00. Os interessados poderão obter um convite gratuito na página da Internet http://www.capitaldomovel.pt.