AEPF realiza primeiro júri de RVCC Profissional

AEPF realiza primeiro júri de RVCC Profissional

No ano em que o Centro Qualifica da Associação Empresarial de Paços de Ferreira celebra o seu quinto aniversário realizou-se o primeiro júri do processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) Profissional. As adultas Patrícia Machado e Vera Carneiro certificaram-se na como Técnicas de Ação Educativa e estiveram à conversa com o Jornal do Empresário para nos falar desta experiência.

O júri presente na sessão foi constituído por Ana Lima Reis, formadora e presidente do júri, Cláudia Silva, formadora externa, Sílvia Azevedo, formadora externa, Bárbara Castro, representante do sindicato, Emília Campos, representante da entidade empregadora, Marina Alves, coordenadora do Centro Qualifica AEPF e Maria do Céu Barbosa, técnica de orientação, reconhecimento e validação de competências.

O processo de RVCC Profissional é desenvolvido ao longo de um conjunto de sessões durante as quais os candidatos são apoiados na identificação e reconhecimento das respetivas competências e na recolha de evidências que as comprovem. No final, os candidatos obtêm uma certificação parcial ou total, formalizada através da emissão de um certificado de qualificações e um diploma de qualificação.

O que vos levou a apostar no processo de RVCC Profissional?
Patrícia- Quando procurei este Centro Qualifica pretendia investir na minha formação e também evoluir na minha carreira profissional. Por isso, decidi vir cá para conseguir algo mais, tanto a nível profissional como pessoal.

Vera- Trabalho desde os 24 anos com crianças e queria ter o certificado que comprovasse aquilo que eu sei fazer. Então quando procurei o CQ AEPF e me informaram sobre o RVCC Profissional, decidi avançar com o processo, uma vez que que me sentia à vontade nesta área.

Que mais valias pensam que esta certificação vos trará?
Patrícia- Profissionalmente, permite-me estar mais perto das crianças. Uma coisa é sermos auxiliares e estarmos, no meu caso, no refeitório, outra é sermos técnicas e podermos estar em contacto mais direto com as crianças, em que conseguimos ter outro tipo de interação. Pessoalmente, eu nunca achei que ia conseguir. Eu sou muito de desistir, sou muito negativa, mas a verdade é que consegui.

Vera- Acredito que esta certificação possa ser uma mais-valia em questões de oportunidades de emprego. Ter escrito num papel que passei por todas as etapas com avaliação positiva é diferente. A nível pessoal, foi um teste para mim. Fiz este processo numa fase difícil, cheguei mesmo a ponderar desistir, mas não me deixaram porque sabiam que eu conseguia e graças à formadora eu consegui terminar.

Ambas terminaram o 12º ano através do processo de RVCC Escolar. Que diferenças encontraram relativamente ao RVCC Profissional?
Vera- O processo do RVCC Profissional pôs-me mais à prova em comparação com o RVCC Escolar porque nós tínhamos de mostrar aquilo que sabíamos fazer. Se o RVCC Escolar passa muito por escrever, abordar um certo tema, o RVCC Profissional passa por mostrar aquilo que nós sabemos fazer.

Patrícia- Em comparação, por exemplo, com o júri do processo de RVCC Escolar, este acaba por ser mais fácil porque são-nos colocadas questões do nosso dia-a-dia, que no fundo são o nosso trabalho. Não temos como nos enganar. É lógico que ficamos nervosas porque estamos a ser avaliados, mas é o que nós fazemos habitualmente. Relativamente, ao trabalho desenvolvido os meus trabalhos eram sempre feitos na escola com os meninos. A formadora desafiava-nos a desenvolver certas tarefas com as crianças e o trabalho ia-se fazendo com naturalidade.

Como descrevem o apoio prestado pela equipa da AEPF?
Patrícia- Tivemos uma formadora fantástica. Não há palavras suficientes tanto a nível de apoio como a nível de incentivo. Quanto à Dra. Marina, as mesmas palavras: é fantástica. Houve uma altura em que queria desistir e ela nunca me deixou. Eu costumo dizer que a minha segunda casa é o meu trabalho, mas sem dúvida que aqui também é uma segunda casa.

Vera- A Dra. Marina foi espetacular, ela explicou-me tudo, foi muito esclarecedora e expôs-me todas as etapas pelas quais iria passar. Já a formadora foi cinco estrelas. Todo o apoio prestado foi exemplar.

Quais foram as maiores dificuldades que encontraram?
Vera- O tempo. Para fazer as atividades com os meninos eu tinha o tempo controlado porque eu trabalho num Centro de Estudos. Eles chegam lá para fazer os trabalhos de casa, pouco depois os pais vêm busca-los e eles vão embora. Eu tinha pouco tempo para estar com eles e desenvolver as atividades que tinha planeadas.

Patrícia- O maior problema que eu encontrei foi, depois de um dia de trabalho, gerir casa, filhos, marido e este processo. Depois o contexto não foi o melhor: é muito mais fácil estar aqui presencialmente porque em casa acabamos por ficar mais atrapalhados, por vezes dizemos que estamos a perceber o que nos é transmitido, mas na verdade não estamos. Por isso, gerir o meu tempo foi o que mais me custou.

Em conjunto foram as primeiras adultas certificadas através da modalidade de RVCC Pro. Que importância tem este facto para vocês?
Vera-
É um orgulho, acima de tudo por termos concluído com sucesso. Depois pelo facto de podermos passar a palavra a outras pessoas que é o que tenho feito. Nós agora é que temos de passar a palavra e contar a nossa experiência. Eu nunca vou dizer que este processo é difícil porque é algo relativo. Eu consegui atingir os objetivos. Melhor ou pior, consegui. Agora é uma questão de passar a palavra e mostrar que é uma mais valia. No próprio currículo esta certificação pode abrir portas para novas oportunidades.

Patrícia- Considero que foi uma vitória. Acho que vamos ficar na história. Nós abrimos portas para outras pessoas. Eu tenho noção disso porque já encaminhei colegas minhas para aqui. Esta é uma oportunidade fantástica que o CQ AEPF disponibiliza. As pessoas podem até pensar que não vão conseguir, mas quando chegarem ao CQ AEPF e se deparem com pessoas fantásticas que nos dão força e incentivo, torna-se mais fácil. No fundo foi o que aconteceu comigo, mas deixei-me ir e quando dei conta tinha terminado.