Carta Aberta ao Primeiro Ministro
Sua Excelência
Exmo. Senhor Primeiro-Ministro
Distinto Senhor Dr. António Costa,
A Associação Empresarial de Paços de Ferreira, desenvolve um trabalho de proximidade com os vários setores de atividade da região, desde a indústria ao comércio, sem descurar a restauração e os serviços. Resultado deste trabalho de proximidade é com grande preocupação que acolhemos o Plano de Desconfinamento, apresentado no passado dia 11 de março.
Paços de Ferreira, foi já uma das regiões que mais preocuparam face aos números registados no contexto pandémico, provocado pelo vírus SARS-COV-2. Não obstante, deu provas da sua capacidade de ação e demarcou-se dos demais concelhos limítrofes, registando muito antes baixos níveis de novos casos, estando atualmente, há já algumas semanas com 0 casos diários. Valores conseguidos, com base na responsabilidade e no cumprimento generalizado de todas as medidas de prevenção impostas ao longo dos últimos meses.
Será, seguramente, um equilíbrio ténue o existente entre salvar vidas e ganha-pão, mas é essencial que as medidas sejam tomadas de forma equitativa. Isto é, para as empresas do Comércio de Mobiliário, que em Paços de Ferreira, representam uma área de exposição estimada em 2.5 milhões de metros quadrados, e na sua maioria distribuídas por lojas com área superior a 200m2 com porta direta para a rua, não são ajustadas nem sensatas as medidas definidas no Plano de Desconfinamento. Principalmente, quando permanecem no interior destes estabelecimentos um número extremamente reduzido de pessoas em simultâneo. Com isto, propomos a revisão desta medida, com a atribuição da responsabilidade de gestão direta à Câmara Municipal da abertura destes estabelecimentos comerciais. À semelhança do que foi feito no passado e que tão bem resultou.
A Restauração, porque não a abertura já a 15 de março das esplanadas? As regras impostas pela DGS estão em plena utilização, assegurando os requisitos mínimos de segurança em todos os estabelecimentos de restauração, não colocando em causa os níveis de contágio. Reforçamos ainda, a importância para que os apoios cheguem de forma célere e que se simplifiquem processos, ainda hoje demasiado burocráticos!
Igualmente importante, os apoios para o Comércio Local, estes com uma estagnação com impacto direto na manutenção dos seus próprios postos de trabalho, sendo já verificável no concelho lojas encerradas.
Numa região (Vale do Sousa) que emprega mais de 30 000 pessoas no setor do mobiliário, os apoios e projetos previstos têm de ser céleres a chegar às empresas. Reconhecendo, que a luta com a pandemia ainda está longe de terminar, e que o seu impacto económico pode ser devastador.
Certos, do conhecimento adquirido ao longo de 1 ano a viver diariamente com a luta contra a pandemia, são agora um dado adquirido as atitudes e comportamentos com maior fator de risco. Os nossos empresários, os nossos lojistas, a nossa restauração, as nossas pessoas, estão preparadas e ávidas de um regresso seguro e célere.
Apelamos Sr. Primeiro Ministro, que o Plano de Desconfinamento apresentado, seja agora analisado mais finamente, e ajustado à realidade de cidades e regiões que não as grandes metrópoles. Porque não podemos ser todos vistos de igual forma!
Exmo. Senhor Primeiro Ministro, a Associação Empresarial de Paços de Ferreira, está totalmente disponível para cooperar em tudo o que possa ser feito em prol das nossas empresas e das pessoas da nossa região! Sabemos, que será necessária uma impactante promoção de Portugal e do que melhor por cá fazemos, para reativação dos mercados, permita-nos dizer-lhe que não baixamos os braços e lutaremos, sempre, por Paços de Ferreira e por Portugal!
Gratos pela sua atenção.
Paços de Ferreira, 13 de março de 2021
A Direção da Associação Empresarial de Paços de Ferreira